Subprojeto 26 – Remodelamento Estromal – Uma Releitura Atraves De Novas Ferramentas Da Fotônica

Participantes: Konradin Metze, Maria Letícia Cintra, Liliana Aparecida Lucci De Angelo Andrade, do Departamento de Anatomia Patológica da FCM-UNICAMP, Randall Luis Adam, Instituto de Computação – UNICAMP, Carlos Lenz Cesar do IFGW – UNICAMP. Essa colaboração já existe, com resultados utilizados na defesa de uma tese de mestrado do IFGW, apresentações em congressos internacionais e coorientação de duas teses de mestrado da FCM.

A análise do remodelamento do tecido de suporte (estroma) ganhou recentemente destaque em doenças cardiovasculares , da pele ou, mais ainda, na área de neoplasias. O uso das novas ferramentas da fotônica acima mencionadas possibilita a avaliação das estruturas do tecido de suporte com uma precisão não atingida pelos métodos convencionais. Isto certamente permitirá um refinamento do nosso conhecimento das alterações estruturais e dos processos fisiopatológicos envolvidos nestas doenças. Os projetos tem as seguintes aprovações pelos Comitês de Ética (em pesquisa humana) ou do Comitê de pesquisa com animais da UNICAMP : 639/2006 357/2004 ; 153/2001; 792-2; 259-1.
OBJETIVOS
1. Adquirir imagens histológicas do estroma com microscópio ótico comum, com microscópio confocal a laser e com microscópio multifóton, também usando FLIM testando diferentes corantes e comparar com as imagens obtidas sem corantes.
2. Comparar subjetivamente e objetivamente a textura das imagens bidimensionais obtidas usando análise computacional baseada em princípios matemáticos (análise fractal, de entropia, granulometria, Fourier, etc)
3. Fazer reconstrução tridimensional das imagens obtidas com microscopia confocal e microscopia multi-fóton. Adaptar os algoritmos criados em projetos anteriores para análise de imagens em 2D para análise das imagens tridimensionais.
4. Aplicar estes métodos em diferentes modelos biológicos, especialmente em neoplasias, e avaliar o seu valor diagnóstico e prognóstico.
Modelos Biológicos:
Modelo 1. REMODELAMENTO DA AORTA PROVOCANDO DISECÇÂO. Dissecção arterial ou aneurisma dissecante da aorta é uma doença com alta letalidade carcterizada por uma ruptura da parede do vaso. A patogênese desta doença não está totalmente esclarecida. Muitos pacientes são hipertensos crônicos, mas é necessário ter fatores addicionais, ainda não bem conhecidos. Suspeitamos, que discretas alterações pré-existentes na arquitetura da aorta possam ter uma participação da gênese desta doença. Portanto estudaremos a arquitetura de fibras elásticas e de colágeno: 1 em aortas de 20 pacientes de diferentes idades sem doença cardiovascular 2. em aortas de 20 pacientes hipertensos 3. em 20 aortas com dissecção.
Modelo 2: REMODELAMENTO EM CARCINOMAS PULMONARES. A interação estroma-tumor é fundamental no processo da invasão dos carcinomas pulmonares, que são neoplasias com prognóstico muito reservado. O conhecimento do processo da invasão e metastatização é fundamental para o desenvolvimento de terapias mais eficientes. Serão estudados 50 casos de carcinomas “não de pequenas células” do pulmão de diferentes tipos histológicos. Somente casos com excisão completa e seguimento clínico serão incluídos.
Modelo 3. REMODELAMENTO DO ESTROMA NA ZONA DA MICROINVASÃO EM CARCINOMAS EPIDERMÓIDES DO COLO UTERINO. A transformação do carcinoma in situ para o carcinoma microinvasor durante a carcinogênese no colo uterino muda radicalmente o prognóstico da paciente, pois com este passo surge a possibilidade de criar metástases à distância, o que tornará a doença letal. Este processo envolve um “diálogo” entre as células neoplásicas invasivas, o estroma pré-existente e a neoformação do estroma através da desmoplasia. Com as ferramentas novas da biofotônica esperamos uma melhor elucidação destes fenômenos durante a microinvasão. Serão examinados as áreas da microinvasão em 20 pacientes com carcinoma microinvasivo e comparadas com 20 casos de carcinoma epidermóide com invasão franca.
Modelo 4. REMODELAMENTO DO ESTROMA EM CARCINOMAS BASOCELULARES. Carcinomas basocelulares podem ter um comportamento benigno ou mais agressivo. No último caso os pacientes podem sofrer facilmente recidivas, que necessitam de novas cirurgias as vezes mutiladoras. Trabalhos recentes tem demonstrado, que a interação entre o estroma tumoral e as células neoplásicas epiteliais tem um papel fundamental no comportamento destas neoplasias. Portanto queremos comparar o estroma tumoral carcinomas basocelulares de diferentes tipos. Serão examinados (blocos de parafina do arquivo) de 40 casos de carcinomas basocelulares da pele de diferentes tipos histológicos, incluindo formas agressivas e não agressivas.
Modelo 5. CICATRIZAÇÂO PATOLÓGICA – DIFERENCIAR QUELÓIDE E CICATRIZ HIPERTRÓFICA. Quelóides e cicatrizes hipertróficas representam duas formas de cicatrização patológica com enorme relevância psíquica e social para os pacientes, pois prejudicam a aparência estética. Ambos os processos têm prognóstico e terapias diferentes, portanto uma diferenciação segura é fundamental para o sucesso da terapia do paciente. Como os processos de cicatrização hipertrófica e quelóide são clinicamente parecidos, o objetivo principal do estudo é fazer uma análise comparativa entre ambos tipos de cicatrização com a cicatrização convencional com o intuito de diferenciar com mais segurança ambas as entidades. Serão comparadas 20 casos de cicatriz hipertrófica e 20 casos de quelóides.
Modelo 6. REMODELAMENTO EM TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL. O tumor venéreo transmissivel é uma neoplasia muito comum em cães no Brasil. A resposta à quimioterapia com vincristina varia muito entre os animais. O objetivo do subprojeto é elucidar o remodelamento da neoplasia durante o tratamento com vincristina. Serão examinados os blocos de parafina de 50 casos de tumor venéreo transmissível do cão antes e após uma semana do tratamento com vincristina.
Modelo 7. REMODELAMENTO ESTROMAL EM MASTOCITOMA CANINO. O mastocitoma canino é uma neoplasia com comportamento benigno ou muito aggressivo. O objetivo do subprojeto é descrever detalhadamente o estroma tumoral antes do tratamento e relacionar dados da textura com a sobrevida dos animais com o intuito de elaborar fatores prognósticos em relação a sobrevida global. Serão examinados 50 blocos de parafina de mastocitomas de caninos antes do tratamento.